Especialista chama atenção para a proteção dos olhos, especialmente das crianças, que têm uma estrutura ocular mais suscetível aos danos causados pelos raios ultravioleta (UV)
A temporada de verão chegou e, com ela, os dias ensolarados ganham espaço na rotina das famílias, seja na praia, na piscina ou em atividades ao ar livre. Enquanto o cuidado com a pele, por meio do uso de protetor solar, já é um hábito comum, a proteção dos olhos ainda costuma ser deixada de lado. No caso das crianças, esse cuidado é ainda mais importante, já que a estrutura ocular infantil é mais vulnerável aos danos provocados pelos raios ultravioleta, considerados grandes vilões da saúde ocular.
A exposição excessiva ao sol pode provocar alterações na retina e levar a sintomas como redução gradual da visão central, perda de nitidez e visão distorcida. A longo prazo, o risco inclui o desenvolvimento de doenças como catarata e degeneração macular. Segundo a Dra. Isabela Porto, oftalmologista do CBV – Hospital de Olhos, as crianças merecem atenção redobrada. “Elas têm pupilas maiores e o cristalino mais transparente, o que permite a entrada de uma quantidade maior de radiação UV até a retina. Por isso, adotar medidas de proteção desde cedo é fundamental”, explica.
Os óculos de sol são aliados importantes na preservação da saúde ocular, mas o uso em crianças ainda gera muitas dúvidas nos consultórios. De acordo com a Dra. Isabela, crianças a partir dos 6 meses de idade já podem usar óculos de sol. Para bebês menores, a recomendação é priorizar o uso de chapéus, bonés e evitar a exposição direta ao sol, especialmente nos horários de maior incidência solar.
Na hora de escolher os óculos, os cuidados são semelhantes aos indicados para adultos. É essencial garantir que as lentes ofereçam proteção contra os raios UVA e UVB. “A primeira coisa é verificar se os óculos têm proteção UV certificada. Essa informação costuma constar no certificado da lente. Na ausência, o ideal é confirmar com o especialista se a proteção é adequada”, orienta a especialista. Ela também alerta para os riscos de adquirir óculos em locais que não oferecem garantia de qualidade, como vendedores ambulantes, já que lentes sem proteção podem ser ainda mais prejudiciais aos olhos.
Para crianças que já usam óculos de grau, existem alternativas como lentes solares com grau ou lentes fotossensíveis, que escurecem conforme a exposição à luz. A escolha mais adequada deve levar em conta a rotina da criança e sempre ser discutida com o oftalmologista responsável.
