Estudo mostra que muitas pessoas não associam dores nos joelhos, virilha e coxa a problemas no quadril; especialista explica sinais e cuidados
Sentir dificuldade para se abaixar ou calçar os sapatos pode ser mais do que um incômodo passageiro. Problemas no quadril podem se manifestar como dores nos joelhos, virilha, coxas ou até na região lombar, muitas vezes confundindo o paciente sobre a real origem do desconforto.
Um estudo do Centro Médico Wexner, da Universidade Estadual de Ohio, analisou mais de mil pessoas e revelou que quatro em cada dez convivem diariamente com dor, apenas “aguentando firme”. Além disso, 52% afirmaram usar medicamentos de venda livre para aliviar o incômodo sem buscar avaliação médica.
O levantamento também mostrou que 71% dos participantes reconhecem que uma sensação de “travamento” ou estalo no quadril é um sinal que merece atenção. Outros indicadores importantes incluem dificuldade para se curvar ou amarrar os sapatos, relatada por 59%, e dor na lombar, mencionada por 53% dos entrevistados.
Entre os sintomas específicos, 45% afirmaram sentir dor noturna ou ter dificuldade para dormir, 34% relataram dor na coxa, 31% desconforto na virilha e 28% dor no joelho. Esses dados reforçam que o quadril pode influenciar outras regiões do corpo e que sinais aparentemente isolados não devem ser ignorados.
O ortopedista Isaías Chaves, especialista em quadril, comenta que esses sinais muitas vezes passam despercebidos. “Lesões no quadril podem se apresentar com dores nos joelhos, coxas e lombar. É comum o paciente procurar um médico de outra especialidade, o que atrasa o diagnóstico correto além de favorecer a ocorrência de tratamentos desnecessários e ineficientes”, alerta.
Ele reforça a importância de buscar avaliação profissional. “Embora a cirurgia de substituição do quadril possa parecer assustadora, na prática é um dos procedimentos mais tranquilos de recuperação. Ela devolve qualidade de vida e funcionalidade ao paciente, como aconteceu recentemente com o ex-jogador Raí”, destaca Chaves.
O especialista ainda dá orientações para cuidar da articulação no dia a dia: “Fortalecer os músculos com exercícios de pilates, alongamentos ou musculação ajuda a proteger o quadril. Manter o peso sob controle reduz a sobrecarga, evitar longos períodos sentado, usar calçados adequados e procurar um médico se a dor persistir são hábitos que fazem grande diferença.”
“Ficar atento aos sinais do corpo é essencial. Pequenas mudanças no cotidiano e um diagnóstico precoce podem prevenir limitações e garantir mobilidade por muitos anos”. “É muito importante o paciente saber que a avaliação clinica do médico é superior a exames de imagem, então uma boa avaliação clínica e física é fundamental para o diagnóstico e tratamento adequado”, conclui o ortopedista.