Especialista explica que a doença é crônica e pode comprometer a autoestima e mobilidade
A influenciadora Mirela Janis, que reúne mais de 9 milhões de seguidores nas redes sociais, compartilhou um relato pessoal sobre a luta contra o lipedema, doença que causa acúmulo anormal de gordura e inflamação, principalmente nas coxas. Ao publicar fotos de antes e depois, ela mostrou a transformação obtida após adotar uma rotina intensa de exercícios e cuidados direcionados.
“Essa sou eu quando comecei a treinar em casa. Olhem como eu sofria com o lipedema”, contou Mirela. Na sequência, exibiu o resultado atual e celebrou: “Essa é minha perna agora.”
O impacto das imagens fez com que muitos seguidores duvidassem que se tratava da mesma pessoa. A influenciadora respondeu: “Vocês duvidando que essa sou eu… Realmente, nem eu me reconhecia nessa época. Estava muito inflamada, parecia bem mais velha do que agora.”
O cirurgião vascular Dr. Herik Oliveira, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), explica que o lipedema é uma condição crônica que atinge quase exclusivamente mulheres. “Trata-se de uma doença que provoca o acúmulo anormal e doloroso de gordura, geralmente de forma simétrica no quadril e nas coxas — às vezes também nos braços. Essa gordura não responde bem a dietas restritivas nem a exercícios isolados”, detalha.
Segundo o especialista, o diagnóstico correto é essencial para evitar tratamentos inadequados. “É muito comum que o lipedema seja confundido com obesidade ou retenção de líquidos, o que faz com que muitas mulheres passem anos tentando emagrecer sem sucesso. O problema não está na falta de esforço, e sim em uma condição médica que precisa de acompanhamento especializado”, explica.
O tratamento, de acordo com o médico, deve combinar uma abordagem multidisciplinar com nutricionista, fisioterapeuta e educador físico. “Dieta anti-inflamatória ou cetogênica, exercícios de baixo impacto — como musculação, pilates, natação e hidroginástica — ajudam muito na circulação. A drenagem linfática manual, o uso de meias ou calças compressivas e medicações antioxidantes também são importantes para reduzir o inchaço e aliviar o desconforto”, orienta.
Em alguns casos, a cirurgia pode ser indicada. “Quando o lipedema está em um estágio mais avançado, a lipoaspiração específica para lipedema, feita com técnica cuidadosa, pode proporcionar melhora significativa na mobilidade, dor e autoestima da paciente”, explica.
Para o médico, histórias como a de Mirela ajudam a aumentar a conscientização sobre a doença. “É essencial falar sobre o tema, porque muitas mulheres sofrem em silêncio sem saber que existe tratamento. O lipedema tem controle e, com o acompanhamento adequado, é possível recuperar a qualidade de vida”, conclui o Dr. Herik.
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