Psicóloga alerta que a sobrecarga emocional pode atingir qualquer pessoa e reforça que buscar ajuda não é fraqueza, é cuidado
Na última segunda-feira (16), o cantor canadense Justin Bieber, de 31 anos, comoveu fãs ao publicar um relato íntimo nos stories de seu Instagram. Sem filtros, o artista desabafou sobre sentimentos de cansaço emocional, dificuldade em lidar com críticas e a constante sensação de insuficiência, reacendendo o debate sobre a saúde mental de figuras públicas e da população em geral.
Nas mensagens, Bieber revelou estar lutando contra emoções intensas e uma sensação persistente de desgaste. A exposição espontânea do cantor mostra o quanto transtornos emocionais ainda são pouco compreendidos, apesar de tão presentes.
Para a psicóloga Denise Milk, atitudes como a de Justin são um importante sinal de que o tema precisa ser discutido com seriedade. “O esgotamento emocional não escolhe classe social, fama ou idade. É o resultado de pressões acumuladas, expectativas irreais e da falta de tempo para ouvir a si mesmo”, afirma.
Segundo a especialista, é comum que pessoas em sofrimento se sintam sozinhas ou envergonhadas por não conseguirem dar conta de tudo. “Vivemos em uma cultura que valoriza o desempenho constante, mas ignora o desgaste humano. Quando alguém chega ao limite, o corpo e a mente já estão pedindo ajuda há muito tempo”, explica.
Ela ressalta ainda que não existe vergonha em admitir que algo não vai bem. “Reconhecer que precisa de ajuda é um sinal de maturidade emocional. Ninguém precisa enfrentar tudo sozinho. O acompanhamento psicológico é um espaço de escuta e acolhimento, onde é possível reorganizar pensamentos e reencontrar equilíbrio.”
Denise também chama a atenção para os efeitos da cobrança externa e interna, tema presente no relato do cantor. “Muitas pessoas vivem tentando se adequar a expectativas que não são suas. Esse esforço constante de agradar o outro gera angústia, baixa autoestima e desconexão com a própria identidade”, diz.
A psicóloga conclui com um alerta: “Cuidar da saúde mental é tão importante quanto cuidar do corpo. Ignorar os sinais pode transformar um sofrimento tratável em algo muito mais grave. Procurar ajuda é o primeiro passo para recomeçar.”