Setembro verde: espera por transplante de córnea dobra no Brasil


Cerca de 24 mil pessoas aguardam pelo procedimento no país, segundo o CBO 


O mês de setembro é marcado pela campanha "Setembro Verde", que tem como objetivo conscientizar a população sobre a doação de órgãos e tecido. Nos últimos anos, o Brasil teve um aumento alarmante na fila de espera por um transplante de córnea. De acordo com dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), entre 2019 e 2022, o número de pacientes aguardando o órgão duplicou, passando de 12.212 para 24.319. 


De acordo com o Coordenador Técnico do Banco de Olhos do Hospital de Olhos de Cuiabá (HOC), Alexandre Roque, a doação de córneas para transplante é a chave para a recuperação da visão daqueles que enfrentam problemas de visão severos. 


“A córnea, tecido transparente e protetor localizado na parte anterior do globo ocular, desempenha um papel crucial na qualidade da visão. Quando a córnea se torna opaca ou sofre danos que não podem ser corrigidos por meio de tratamentos médicos convencionais, o transplante se torna uma opção”, afirma.


Ainda de acordo com Alexandre, diversos fatores podem comprometer a saúde da córnea, levando à necessidade de um transplante para restaurar a visão. “Doenças oculares, lesões traumáticas ou infecções são algumas das causas que podem resultar em danos irreversíveis a esse tecido fundamental”.


Alexandre ressalta que o transplante de córnea bem-sucedido pode restaurar mais de 90% da visão em casos de deficiência visual relacionada à córnea. É um procedimento cirúrgico no qual a córnea saudável do doador é implantada para substituir a córnea danificada do receptor. 


O perfil dos receptores de transplantes de córnea é diversificado. No geral, 50,7% são homens e 49,3% são mulheres. As pessoas entre 40 e 69 anos representam a maioria dos pacientes, correspondendo a 39,2% dos casos, seguidas pela faixa etária de 20 a 39 anos, com 27%. Idosos com mais de 70 anos representam 25% dos casos, e crianças e adolescentes são a minoria (8,4%).


“A falta de profissionais disponíveis no momento em que a família está presente junto ao ente querido, possível doador, para entrevistar e solicitar a doação para transplantes resulta em longas listas de espera e, em alguns casos, a perda irreversível da visão para aqueles que aguardam uma doação”, ressalta Alexandre Roque, Coordenador Técnico do Banco de Olhos do Hospital de Olhos de Cuiabá (HOC). 

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