2022 serĂ¡ de cautela no ambiente empresarial


InflaĂ§Ă£o alta, economia frĂ¡gil e eleiĂ§Ă£o presidencial impactam a confiança dos empresĂ¡rios, na avaliaĂ§Ă£o de Luiz Marcatti, presidente da MESA e especialista em governança corporativa



 

O avanço da vacinaĂ§Ă£o contra a covid-19 e a gradual retomada da atividade econĂ´mica nĂ£o foram suficientes para as empresas brasileiras adotarem uma visĂ£o otimista para 2022. Em meio Ă  fragilidade da economia e Ă s incertezas do cenĂ¡rio polĂ­tico a tendĂªncia Ă© de que persista uma postura de cautela nos prĂ³ximos meses, na avaliaĂ§Ă£o de Luiz Marcatti, administrador de empresas, especialista em governança corporativa e sĂ³cio e presidente da consultoria MESA Corporate Governance.

“Com exceĂ§Ă£o das que atuam no agronegĂ³cio, setor que deve crescer em 2022, as demais empresas devem operar com um conservadorismo ainda mais intenso. O Brasil inicia o ano com inflaĂ§Ă£o nas alturas, combustĂ­vel caro, escassez de insumos, aumentos de cerca de 10% na mĂ£o de obra, por conta de dissĂ­dios, e um governo sem condições de investir. Uma tempestade perfeita. Se o PaĂ­s conseguir pelo menos segurar a inflaĂ§Ă£o, jĂ¡ serĂ¡ uma vitĂ³ria”, diz Marcatti.

Apesar desse cenĂ¡rio, Marcatti continua apostando no potencial do Brasil, principalmente por causa da diversificaĂ§Ă£o da economia. Um ponto positivo, destaca, Ă© a perspectiva de continuidade da onda de aberturas de capital na bolsa — sinal de aquecimento do mercado de capitais, fonte essencial para a destinaĂ§Ă£o de recursos para investimento do setor privado. “A expectativa Ă© de mais IPOs [sigla em inglĂªs para ofertas pĂºblicas iniciais de ações] em 2022, jĂ¡ que nĂ£o hĂ¡ crise de liquidez no PaĂ­s. Entretanto, os investidores devem estar mais seletivos do que na onda de novas listagens entre o fim de 2020 e o inĂ­cio de 2021. NĂ£o deve ter tanto ‘curioso’ quanto naquela Ă©poca, jĂ¡ que a economia nĂ£o cresceu como deveria”, ressalta.

No prĂ³ximo ano, observa Marcatti, o Brasil continuarĂ¡ atraente para os investidores estrangeiros, incentivados principalmente pelo dĂ³lar, que deve permanecer alto. “O PaĂ­s estĂ¡ ‘barato’ para os estrangeiros. O receio desses investidores estĂ¡ mais relacionado Ă  instabilidade polĂ­tica.”

Eleições

AlĂ©m dos planejamentos com base em diversos cenĂ¡rios e ponderações, a preocupaĂ§Ă£o dos empresĂ¡rios em 2022 estarĂ¡ voltada Ă s eleições de outubro. “Os extremismos, de direita ou de esquerda, nĂ£o sĂ£o o melhor caminho para o ambiente de negĂ³cios. As empresas precisam de uma agenda mais liberal, que incentive o crescimento das operações com investimentos em infraestrutura, e hĂ¡ uma necessidade de atenĂ§Ă£o Ă s demandas sociais. Para voltar a crescer o Brasil precisa de um planejamento que independa de interesses eleitorais”, afirma.

Pandemia

Embora neste fim de 2021 existam muitos receios e dĂºvidas em relaĂ§Ă£o Ă  variante Ă´micron, Marcatti diz que o avanço da vacinaĂ§Ă£o e os aprendizados da pandemia ajudam a manter a situaĂ§Ă£o no Brasil pelo menos estĂ¡vel. “Mas se houver uma nova onda a economia do PaĂ­s nĂ£o vai conseguir acelerar com os cofres pĂºblicos vazios”, finaliza.

 

Luiz Marcatti Ă© sĂ³cio e presidente MESA Corporate Governance, administrador de empresas com especializaĂ§Ă£o em comĂ©rcio exterior e marketing, certificado em mediaĂ§Ă£o pelo Instituto Familiae – SP e com formaĂ§Ă£o de Conselheiro de AdministraĂ§Ă£o pelo IBGC. Ao longo de 35 anos de experiĂªncia profissional, atuou como executivo do mercado financeiro com passagens pela Ă¡rea internacional do Banco FrancĂªs e Brasileiro e pela Ă¡rea comercial – varejo e middle market – do Banco Mercantil de SĂ£o Paulo. É membro das Comissões de CapacitaĂ§Ă£o e Recursos Humanos do IBGC, membro associado da NACD – National Association of Corporate Directors – USA, professor de Governança Corporativa nos MBAs da Business School SĂ£o Paulo e da FIA – SĂ£o Paulo, e membro independente de Conselhos de AdministraĂ§Ă£o. É coautor do livro “Nos Bastidores da EducaĂ§Ă£o Brasileira”.

 

Sobre a MESA Corporate Governance

A MESA Corporate Governance trabalha a governança corporativa e familiar na dimensĂ£o humana do poder, dinheiro e afeto. A empresa Ă© constituĂ­da por uma equipe de consultores especialistas e experientes que atendem Ă s necessidades nos diferentes momentos de modernizaĂ§Ă£o de empresas de origem familiar ou multissocietĂ¡rias, quer sejam de capital fechado ou com ações listadas em bolsas de valores. TambĂ©m Ă© filiada Ă s seguintes entidades e instituições: AMCHAM Brasil, IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, ICGN – International Corporate Governance Network, FBN – Family Business Network e NACD – National Association of Corporate Directors.

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